O papel das utilidades críticas em um amplo contexto CCS
O Anexo 1 chama a atenção no CCS, cuja eficácia é avaliar eventos isolados de contaminação de forma holística e a capacidade de planejar ações corretivas e preventivas adequadas para evitar possíveis novos eventos de contaminação. Esta abordagem pretende, em termos de controle de contaminação, deslocar o processo de revisão de riscos para a avaliação do impacto de um evento de contaminação num contexto mais amplo e, especificamente, neste contexto, as Utilidades Críticas desempenham um papel fundamental.
Nesse contexto, fica claro que é mais importante para as instalações farmacêuticas encontrar uma maneira fácil de demonstrar a conformidade com GMP de suas utilidades críticas.
Utilidades Críticas são o núcleo dos processos de fabricação, fornecendo condição de fabricação ambiental controlada ou principal componente de um medicamento e, frequentemente, são a fonte de um dos principais componentes do processo de fabricação e seu produto é considerado matéria-prima e, portanto, sujeito a todos os Requisitos GxP.
As Utilidades Críticas embora gerem e distribuam continuamente seu “produto”, fornece disponibilidade constante no ponto de uso, esta peculiaridade não permite adotar a abordagem clássica de definir um número discreto de lote, executar testes relacionados e finalmente liberar a “matéria-prima” para sua utilização no processo de fabricação.
As Utilidades Críticas são mencionadas no Anexo 1 primeiro como sistemas de aquecimento para o ambiente farmacêutico e como fonte de informações relacionadas às possíveis tendências de seus parâmetros críticos. Os alarmes e o nível de alerta desses parâmetros podem ser usados para revisar uma situação e determinar se devem ser considerados específicos utilidades ou relacionados a uma situação mais geral. Consequentemente, a sua presença e a revisão da causa permitem tomar as medidas necessárias para corrigir a situação.
Sistemas de Água: Carbono Orgânico Total e Monitoramento Online
Particular atenção é dada aos sistemas de água e em particular à planta de Água para Injeção, onde o monitoramento on-line de Carbono Orgânico Total (TOC) e condutividade é fortemente sugerido, em locais definidos com base no risco. O monitoramento online (Process Analytical Technology, PAT) é considerado superior ao monitoramento discreto realizado por testes laboratoriais e baseado em um plano pré-definido, dando a oportunidade de monitorar continuamente e intervir, em caso de discrepâncias, de forma rápida.
O monitoramento on-line de TOC permite também uma detecção imediata da formação de biofilme, diminuindo também o risco de contaminação adicional de todo o sistema de água. A consequência dessa melhoria e menores riscos de biocontaminação leva à outra grande mudança introduzida no Anexo 1 em relação ao CU: o uso de métodos alternativos para produzir WFI do que a destilação.
De fato, o menor risco de crescimento de biofilme nos filtros e o menor risco possível de endotoxina abriram caminho para o uso de sistemas de geração alternativos, como nanofiltração e ultrafiltração, usados em conjunto com membranas de osmose reversa operacionais.
A conformidade CU pode ser facilmente alcançada considerando e implementando as seguintes questões:
-
Validação
Em caso de solicitação ou dúvida específica, deve ser apresentada uma documentação adequada, desenvolvida levando em consideração a avaliação de risco, controle de alterações e programas de calibração e manutenção. A documentação deve demonstrar que o estado de validação do sistema é controlado e mantido por meio dos processos de qualidade em andamento (planos de validação para UC, documentação de comissionamento, validação de desempenho e/ou processo, validação e revalidação do ciclo de vida, descomissionamento e retirada e procedimentos).
-
Controle de Mudanças
As mudanças que tenham impacto nos Parâmetros Críticos do Processo devem ser rastreadas por meio do procedimento de controle de mudanças para garantir que essas mudanças sejam realizadas de forma oportuna e eficaz usando o gerenciamento de riscos de qualidade durante sua avaliação.
-
Gerenciamento de Riscos
O Anexo 1 dá muita atenção ao Gerenciamento de Risco de Qualidade (QMS), que deve ser usado para identificar a ação apropriada durante o ciclo de vida do sistema.
-
Desenhos & Documentação
Desenhos e documentação técnica devem fazer parte do projeto do sistema e da documentação de qualificação, mesmo que nenhuma referência regulatória direta esteja presente.
-
Investigação com Ações Corretivas e Preventivas
Durante condições normais de operação, podem ocorrer anomalias imprevisíveis: esses eventos devem ser investigados minuciosamente, adotando uma abordagem baseada em risco e científica para entender a causa do evento e evitar no futuro eventos infelizes semelhantes.
-
Amostragem & Teste
Particularmente no caso de sistemas de água contínuo, amostragem planejada e testes, um papel fundamental é demonstrar que o sistema foi instalado e operado corretamente, qualificado e mantido em um estado de conservação.