Atualizações Regulamentares nos Estudos de Degradação Forçada com a RDC 964/2025

por Tiago Ferreira Capozzi, LES and Analytical Validation Advisor @PQE Group

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) introduziu recentemente a RDC 964/2025, trazendo profundas atualizações e especificações detalhadas para os estudos de degradação forçada de medicamentos que contenham insumos farmacêuticos ativos (IFAs) sintéticos e semissintéticos. Esta nova resolução modernizada busca alinhar os padrões nacionais às práticas internacionais avançadas, priorizando a segurança e a qualidade dos medicamentos. 

Escopo e Profundidade Ampliados 

A RDC 964/2025 amplia significativamente o escopo dos estudos de degradação forçada. A nova regulamentação detalha metodologias analíticas e condições de estresse específicas, como variações de pH, oxidação e influências térmicas e fotolíticas. Essas condições são aplicadas para avaliar a estabilidade dos medicamentos em diferentes ambientes. 

A exigência de testar condições ambientais mais realistas permite que os fabricantes avaliem com maior precisão como os produtos se comportam ao longo do tempo, contribuindo para um controle mais rigoroso da qualidade. Essa abordagem também facilita a detecção de produtos de degradação que possam impactar a eficácia terapêutica ou representar riscos à saúde do paciente. 

Degradation Pharma_BR

Critérios de Notificação e Identificação 

Outro avanço relevante da RDC 964/2025 é a introdução de critérios claros para a notificação, identificação e qualificação de produtos de degradação, definindo limites específicos para que essas substâncias sejam reportadas à Anvisa. A inclusão dessas diretrizes permite que as empresas se antecipem a possíveis problemas regulatórios, evitando falhas no registro e comercialização de seus produtos. 

Estudos de estabilidade mais rigorosos também beneficiam a indústria ao garantir que o medicamento entregue ao consumidor mantenha sua eficácia e segurança durante todo o período de validade. Além disso, a exigência de dados robustos reduz a subjetividade na avaliação de produtos de degradação, resultando em relatórios mais precisos e transparentes. 

 

Comparativo entre a RDC 964/2025 e a RDC 53/2015 

Em comparação com a antiga RDC 53/2015, a nova resolução se destaca por suas especificações mais detalhadas. Enquanto a RDC 53/2015 serviu como uma base inicial, ela não abordava em profundidade aspectos como as condições específicas de estresse que agora são obrigatórias. 

Além disso, a RDC 964/2025 alinha o Brasil com regulamentações internacionais, como as diretrizes da International Council for Harmonisation (ICH), especialmente a ICH Q1A (R2), que trata dos estudos de estabilidade de produtos farmacêuticos. Essa harmonização regulatória facilita a inserção de produtos brasileiros no mercado global, ampliando as oportunidades para a indústria nacional. 

 

Impacto na Competitividade e Qualidade 

As mudanças implementadas pela RDC 964/2025 representam um avanço significativo para a regulamentação farmacêutica brasileira. Além de aumentar a segurança e a eficácia dos medicamentos disponíveis para os consumidores, essas atualizações impulsionam a competitividade internacional das indústrias nacionais. 

A exigência de métodos analíticos mais detalhados e precisos reflete um movimento em direção à excelência regulatória e à qualidade dos medicamentos. As empresas precisam adaptar-se rapidamente para atender às novas demandas, garantindo que seus produtos estejam em conformidade com as diretrizes mais recentes. 

Um dos impactos mais relevantes da nova resolução é a necessidade de investimento em tecnologias avançadas de análise, como cromatografia líquida de ultra desempenho (UPLC) e espectrometria de massas, para identificar e quantificar produtos de degradação com maior precisão. Empresas que adotarem essas ferramentas com antecedência poderão obter vantagens competitivas significativas. 

 

Estudos de Caso e Exemplos Práticos 

Um exemplo prático da aplicação da RDC 964/2025 pode ser visto na análise de formulações contendo fármacos sensíveis à luz. Estudos de degradação forçada devem incluir testes fotolíticos rigorosos para determinar a taxa de degradação e identificar compostos potencialmente tóxicos formados durante o armazenamento. 

Além disso, em produtos sujeitos à hidrólise, a exigência de testes sob diferentes condições de umidade permite prever com maior precisão a estabilidade do produto em mercados tropicais, como o brasileiro. Esse conhecimento é essencial para otimizar as embalagens e as recomendações de armazenamento. 

 

Um Parceiro na Transição 

Com as novas exigências em vigor, a transição entre as resoluções pode parecer desafiadora. Nesse contexto, a PQE conta com uma equipe altamente qualificada para auxiliar empresas nesse processo, assegurando que a adaptação seja suave e eficiente. 

A conformidade com a RDC 964/2025 não deve ser vista apenas como uma obrigação regulatória, mas como uma oportunidade para melhorar a qualidade dos medicamentos oferecidos ao consumidor. A implementação de metodologias robustas e a adoção de tecnologias avançadas posicionam a indústria farmacêutica brasileira em um novo patamar de excelência e segurança. 

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